segunda-feira, 23 de julho de 2012

A História Secreta da Obsolêscencia Planejada

Não é segredo para ninguém que eu adoro um lixo.

Claro que não gosto de sujeira ou mal cheiro, é que há tempos descobri que em quase todos os lixos que encontro existem coisas que não precisavam estar lá.

Descartamos com facilidade para consumirmos mais.

A minha recente viagem a Nova Iorque evidenciou o quanto consumimos desnecessariamente. E isso me incomodou demais.
Como não sou hipócrita nem hippie, sei que todo esse incômodo também aconteceu porque sou uma das consumistas.  Mas ao menos eu chego a me incomodar. E sinceramente, acho que me esforço um bocado para não ser tanto.

A carência em nossa sociedade alcançou um ponto em que precisamos desesperadamente das coisas para nos sentirmos bem, para nos sentirmos aceitos, bonitos, queridos. Prazeres imediatos que não permitem lembrar-nos que as coisas, quando descartadas, terão de ir para algum lugar. Como num passe de mágica, somem da vista dos ricos e vão parar no quintal dos pobres, poluindo, humilhando.

Mas o que o rico não percebe é que o quintal do pobre é quintal dele também, e que, em uma visão macro, estamos todos pagando o preço da ignorância sustentável que insistimos em manter.

Enfim, tudo isso para dividir com vocês um vídeo que vale a pena assistir: "A História Secreta da Obsolêscencia Planejada".


Depois de assisti-lo, uma questão não me sai da cabeça: que direitos países ricos - como os EUA - acham que têm para converter países mais pobres - como Gana - em um balde de lixo?

É comum a opinião de que pequenas ações não têm poder de mudar esse cenário tão denso, mas possfalá? Na maior parte das vezes, isso é uma desculpa de gente preguiçosa ou que não tem interesse em modificar seus hábitos de vida. Claro que pequenas ações podem demorar a fazer efeitos quando isoladas, mas de algum ponto temos de partir, não é mesmo?

A internet tem modificado muito esse contexto com seus infinitos tutoriais ensinando a consertar as coisas quebradas ou até a confeccioná-las. E já que não tenho como obrigar grandes empresas a produzirem de maneira sustentável, vou fazendo minha parte da forma que dá, né?

Recicle, transforme, aproveite para ser mais criativo e menos passivo. A limitação pode ser uma oportunidade.






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6 comentários:

  1. A limitação é uma incrível maneira de sermos mais criativos. Belo texto pra começar a semana! Boa semana, Camila. beijão!

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  2. Mila, sinto que você e o Johnson terão muitooooo o que conversar quando chegarmos ai... e eu também, é claro. rsrs
    Johnson diria que tudo é "culpa" do sistema monetário.... temos conversado bastante sobre isso.

    Que tal um vinho e um risotto em setembro? :)
    Saudades!!

    Bjooo

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  3. O mundo é suficientemente grande para satisfazer a necessidade de todos, mas demasiadamente pequeno para a avareza de alguns - Gandhi

    To quase chegando em um estúdio e tatuando isso nas costas!!!

    SENSACIONAL!!!

    Estava falando com uma amiga agora. Não sei os seus pais, mas os meus e ela disse q a avó dela eram pessoas que usavam as coisas até elas não terem mais conserto de forma alguma e isso se dá por que eram uma geração pós guerra e que ainda mantinham costumes da geração que vivenciou a guerra onde os recursos em todo o mundo eram escassos. Meus pais ainda tinham o porém de serem de uma cidadezinha minuscula do interiorrrrr de Minas Gerais (com bastante "r" mesmo pq é bem lá no fim do mundo) onde as novidades demoravam muito pra chegar e se chegavam. Então qqr embalagem virava "porta qqr coisa",os utensílios domésticos eram remendados até não terem mais espaço pra cosertos, e os eletrodomésticos então! Afff...esses ai nem se fala!!! O valor dado as coisas era completamente diferente e é engraçado que eu ainda tenho um pouco disso comigo. Não que eu seja uma acumuladora de quinquilarias em casa, mesmo porque nem tenho espaço pra isso, mas antes de jogar qqr coisa no lixo eu sempre faço um longo momento de reflexão "será que posso aproveitar isso pra outra coisa?" "será que alguém poderia usar isso pra alguma outra coisa?" "será que posso TRANSFORMAR isso em algo útil?" e sempre que não consigo resposta pra essas perguntas jogo fora (em seu devido lixo), ou dependendo do que está sendo descartado vai na verdade para doação para alguém ou instituição que possa dar um jeito melhor no objeto em questão, mas ainda sim com aquela dorzinha no coração. Creio que é o que falta no mundo...essa pausa pra esse tipo de reflexão. Digo mais e vou além! O mundo precisa pensar mais no que vai deixar de herança para as futuras gerações, e nem falo das condições ambientais não, mas em o que estão ensinando para esses pequeninos que serão os adultos de amanhã e terão uma árdua tarefa de sobreviver em um mundo infelizmente caótico com relação aos seus recursos.

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  4. Ai, Valéria são tantas coisas que temos que tentar não desanimar.

    Eu acredito que a mudança de comportamento ocorrida nos últimos tempos em relação ao desperdício e à produção de lixo é decorrente de um massacre que o consumismo e a falta de tempo vêm provocando. Espero de verdade que exista uma quebra a qualquer momento, porque a minha impressão é de se continuarmos assim, viveremos muito mal no futuro.

    Temos que nos unir para que o pensamento do planeta sustentável seja cada vez mais forte e real.

    Beijos

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