A tristeza que liberta

Às vezes, uma tristeza acontece e não entendemos o motivo. Talvez nunca entenderemos. Mas uma coisa é quase sempre verdade: podemos decidir de que maneira sairemos dessa situação.

Nessas últimas semana, percebi o quanto fofocas podem gerar grandes sofrimentos. Sempre me lembro daquele caso com a família da Glória Pires e da história falsa que teve o poder de devastar a família dela. Sempre que alguém for te fazer uma fofoca, é importante nunca se esquecer: a informação pode ter sido mal-interpretada, inventada ou, no minimo, não é da sua conta. Permanecer alimentando essa cadeia sem apurar os fatos é quase venenoso.

Uma coisa eu aprendi com os acontecimentos dos últimos dias: vou tentar ao máximo não julgar as pessoas de maneira precipitada, pois posso estar sendo injusta. Não quero achar que sou a dona da verdade porque sou mais velha ou mais inteligente, por ter mais experiência ou mais beleza. Simplesmente posso estar equivocada, mesmo vestida de tanta "sabedoria".

Acho que é por isso que não dou conta de frequentar salão de beleza, pois em muitos momentos me vejo no meio de um monte de pessoas falando da vida alheia: que fulana engordou, que ciclana traiu, que o casamentos dos beltranos é uma farsa. Em muitos momentos me coloco no lugar dos criticados e penso que poderia perfeitamente ser eu.

Ainda não descobri porque existem pessoas decididas a prejudicar outras. Como será que dormem ou que sorriem aqueles que têm alegrias decorrentes das tristezas alheias? Como será que conseguem seguir adiante aqueles que se sentem no direito de ferir alguém a ponto de provocar mudanças profundas na vida de outra pessoa?

O lance é que amor é para quem tem, sabe? Por mais que tentem prejudicar ou entristecer aqueles que têm amor, o sentimento ruim passa logo. Ao dobrar a esquina, já temos um abraço amigo para nos acolher e um ambiente bem mais leve para gente entrar. E um lindo amor em casa para nos levantar. E aquela tristeza já não faz mais tanto sentido. E pronto, o urubu fica lá, achando que fez seu dever em colocar o outro "em seu devido lugar" e você cresce, e dá os ombros.

Reconheço que muitas vezes cometo injustiças ao julgar precipitadamente, e sei que não estou livre de nunca mais cometê-las. Mas a diferença é que quando as reconheço, me envergonho. E não quero ter esse comportamento como modelo de vida. Da fofoca vivida nessa semana, prefiro sair triste e me reerguer do que jogar o mesmo jogo. 

E de repente sinto um grande orgulho. Não das minhas falhas, mas da maneira como lido com elas. Então, descubro que a tristeza pode libertar. E me fazer uma pessoa bem melhor e mais feliz.

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